Cinismo: o que é, características, filósofos
O cinismo é uma filosofia que ganhou fama por ter sido adotada por diversos pensadores no passado. Ao contrário do que muitas pessoas acham, essa filosofia não possui apenas um significado e não se restringe ao mundo antigo.
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Existe um cinismo bastante famoso, uma forma de se pensar que vai contra as convenções normais consideradas corretas, mesmo aquelas que são defendidas pela maioria das pessoas.
O que é certo e errado, bom e ruim é de extrema subjetividade para o julgamento dos cínicos, sendo esses conceitos postos como objeto de estudo por parte dos cínicos.
A característica mais comum do cinismo é a desconfiança da existência de uma verdade absoluta, característica que marca, inclusive, o mundo pós-contemporâneo atual.
Definição de Cinismo
O termo vem do grego e quer dizer descrença na autenticidade dos valores morais. Os cínicos seguem um conjunto de princípios baseados na escolha racional, questionando os valores morais e religiosos tradicionais.
O cinismo é uma doutrina filosófica com origem na Grécia Antiga, quando Antístenes, discípulo de Sócrates junto com Platão, herdou os métodos da dúvida socrática para questionar convenções sociais e padrões estabelecidos como imutáveis.
Para os cínicos não existe nenhum ideal ou princípio absoluto a ser atingindo, sendo a ética, por exemplo, subordinada à vontade do poder, e não por parâmetros ideais (transcendentais), proposto por Platão em seus escritos.
O cinismo é uma corrente filosófica que surgiu na Grécia Antiga, por volta do século IV a.C. Seu principal representante foi Diógenes de Sinope, mas também inclui outros filósofos como Antístenes e Crates.
O cinismo é caracterizado por uma atitude de desprendimento em relação aos valores sociais e às convenções estabelecidas, buscando uma vida simples e autêntica em contato com a natureza. O cinismo rejeita as convenções da sociedade, incluindo a busca de riqueza, poder e fama, em favor da virtude e da independência.
Os cínicos defendem uma vida de ascetismo, desprendimento e liberdade. Eles valorizam a autossuficiência e a independência, e veem a pobreza como uma forma de liberdade. O cinismo também é conhecido por sua linguagem direta e crua, muitas vezes expressa em aforismos provocativos e satíricos.
Entre as ideias principais do cinismo, estão a rejeição da propriedade privada, a busca pela verdade e a honestidade, a crítica à hipocrisia e à corrupção da sociedade, e a defesa da simplicidade e da humildade.
Suas ideias ainda são estudadas e discutidas por filósofos contemporâneos, especialmente aqueles interessados em questões de ética e política.
A relação entre o cinismo e a sociedade contemporânea
O cinismo é uma filosofia que gera um sentimento de desconfiança extrema de todos os valores morais, sociais e estruturais da sociedade.
A sociedade pós-contemporânea é marcada pelo cinismo na medida em que atualmente vivemos em uma era de grandes transformações em diversas áreas de atuação humana, como por exemplo: transformações ideológicas, financeiras, sociais, industriais, comunicativas, etc…
Dessa forma, podemos encontrar uma grande parte da sociedade que adota características da filosofia dos cínicos na medida em que destroem valores tradicionais para reconstruírem novos conceitos.
Portanto, podemos afirmar que a filosofia dos cínicos é muito importante tanto para as relações interpessoais, quanto para as relações sociais na medida em que ela incentiva a desconstrução de padrões para estimular novos caminhos de discussão e debate.
Considerações finais
Um dos movimentos filosóficos mais marcantes do século V a.C., o cinismo foi fundado por um homem chamado Antístenes, quem por sua parte foi discípulo de Sócrates, filósofo grego.
Depois da morte de Sócrates, houve um tempo em que essa filosofia foi uma das grandes posições filosóficas predominantes nos círculos intelectuais da Grécia Antiga. Contudo, depois da institucionalização de grande estruturas de poder, como por exemplo: a Igreja Católica Romana e os Estados Nacionais, o cinismo passou a ser combativo e freado.
Contudo, o cinismo ainda consegue perdurar por séculos porque entra no cerne da filosofia expressando o desejo de pensar livremente, sem ordens, nem ideologias, preceitos, etc.
Ele acompanha a própria história dos gregos na medida em que sempre promover a provocação reflexiva e, claro, aparece que também no mundo contemporâneo.
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Se quiser estudar mais sobre o cinismo, recomendamos os seguintes livros como referência:
Os cínicos – O movimento cínico na Antiguidade e o seu legado – R. Bracht Branham
Diógenes o Cínico – Luiz E. Navia
Crítica da razão cínica – Peter Sloterdijk
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