Subjetividade: como conhecer a si mesmo? [10 dicas para praticar o autoconhecimento]
A subjetividade é um tema filosófico importante, que tem reflexos na vida de cada um de nós. Se perguntarmos a alguém o que é, dificilmente obteremos uma resposta unânime. Pode-se dizer que a subjetividade é a essência de cada ser humano, aquilo que nos torna únicos. Trata-se daquilo que é inerente ao indivíduo, não podendo ser reduzido a características objetivas.
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Por ser única, a subjetividade é intransferível. Cada um de nós experimenta a vida de forma diferente, pois somos constituídos por um conjunto de impressões, experiências e opiniões únicas. O conhecimento de si mesmo é, portanto, um processo complexo, que demanda tempo e reflexão.
A introspecção é um importante instrumento para o conhecimento da subjetividade. Ao observarmos nossos sentimentos, pensamentos e emoções, podemos compreender melhor quem somos e o que nos motiva.
Não é fácil, mas é possível. É necessário estar disposto a olhar para dentro de si mesmo, percebendo as nuances de sua personalidade.
Além da introspecção, é possível conhecer a subjetividade através da observação dos outros. Ao analisarmos as reações das pessoas diante de determinadas situações, podemos inferir algumas de suas características.
Por exemplo, se um amigo seu sempre se irrita quando é contrariado, é possível inferir que essa pessoa é bastante teimosa e a partir disso, decidir como lidar com a situação da maneira mais sensata possível.
No entanto, é importante ter cuidado para não interpretar os comportamentos alheios de forma equivocada. Cada um tem a sua própria realidade, que pode ser diferente da nossa. Portanto, devemos ser cuidadosos ao analisar os outros, procurando entender as razões de seus comportamentos.
Concluindo, podemos dizer que o conhecimento da subjetividade é um processo complexo, que exige esforço e dedicação. No entanto, vale a pena dedicar tempo para essa tarefa, pois ela nos proporciona uma melhor compreensão de nós mesmos e das pessoas ao nosso redor.
O que é a subjetividade?
A subjetividade é um conceito filosófico que representa a ideia de que o indivíduo tem uma visão única do mundo e das coisas a sua volta, que não pode ser reduzida a simples observações ou hipóteses objetivas. O filósofo alemão Edmund Husserl (1859-foi um dos primeiros a utilizar o termo, ainda na primeira metade do século XX, para designar a experiência interna do indivíduo, isto é, a sua consciência e as suas sensações.
Para Husserl, a subjetividade era um ponto de partida indisputável para a filosofia e para a ciência, pois só a partir dela é que poderia haver qualquer conhecimento objetivo. Segundo o filósofo, a subjetividade é o único ponto de observação confiável, pois a observação dos objetos no mundo exterior é sempre mediada pela consciência do observador.
Porém, nem todos os filósofos partilham da mesma opinião sobre a subjetividade. Alguns, como o francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), acreditam que a subjetividade é uma ilusão, e que o mundo exterior existe independentemente da consciência. Outros, como o alemão Martin Heidegger (1889-1976), acreditam que a subjetividade é um elemento essencial do ser humano, e que sem ela não seria possível a compreensão do mundo.
Ainda não existe uma definição consensual sobre o que é a subjetividade, pois ela abrange um conceito filosófico muito amplo. Mas, de maneira geral, podemos dizer que a subjetividade representa a ideia de que o indivíduo tem uma visão única do mundo e que esta visão não pode ser reduzida a simples observações ou hipóteses objetivas.
Por que é importante ter autoconhecimento?
Autoconhecimento é a capacidade de identificar e compreender as suas emoções, pensamentos, personalidade e padrões de comportamento. Ele nos ajuda a tomar decisões mais inteligentes, reduzir a ansiedade e o estresse e aproveitar a vida ao máximo. Aqui estão as razões pelas quais autoconhecimento é importante:
- Autoconhecimento ajuda você a tomar decisões melhores.
- Autoconhecimento reduz a ansiedade e o estresse.
- Autoconhecimento permite que você aproveite a vida ao máximo.
- Autoconhecimento ajuda você a se relacionar melhor com as outras pessoas.
- Autoconhecimento é um precursor para a mudança.
Quando você está consciente de suas crenças, emoções e necessidades, é mais fácil tomar decisões que estejam em consonância com quem você é. Se você estiver tentando tomar uma decisão importante, pense no que é importante para você e como você se sente sobre a questão.
Quando você está constantemente consciente de quem você é, você estará menos propenso a sentir ansiedade e estresse. Você saberá exatamente o que esperar de si mesmo e se sentirá mais à vontade para lidar com situações estressantes.
Quando você é capaz de reconhecer seus pontos fortes e fracos, é mais fácil aproveitar as oportunidades que a vida apresenta. Você será capaz de aceitar seus erros e celebrar seus sucessos.
Quando você compreende quem você é, é mais fácil lidar com as diferenças entre as pessoas. Você saberá o que esperar dos outros e estará mais preparado para lidar com situações desconfortáveis.
Quando você começa a conhecer melhor a si mesmo, é a hora de começar a buscar mudanças. A autoaceitação é o primeiro passo para a mudança. Quando você aceita quem você é, você é mais propenso a querer se tornar uma pessoa melhor.
Como podemos desenvolver autoconhecimento a nossa subjetividade?
Para desenvolver o autoconhecimento, é preciso estar disposto a olhar para dentro de nós mesmos para analisar crenças, comportamentos, medos e anseios.
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Para isso, é necessário praticar a auto percepção, o autocontrole, a autocrítica e a auto aceitação. Tudo isso é possível através da comunicação interna que estabelecemos com nós mesmo; portanto, é necessário ter o costume de falar consigo mesmo para julgar padrões que formam a nossa subjetividade.
A auto percepção nos ajuda a ter um conhecimento mais detalhado de nós mesmos. Podemos observar como agimos em diferentes situações, o que nos provoca raiva, medo, tristeza, felicidade.
Para isso, é necessário ter o costume de expressa essas sensações em ideias claras e objetivas. Por exemplo, ao identificar a raiva é necessário pensar e dizer: “Isto me deixa com raiva”. Assim, quando for a hora, podemos nos perguntar “Por que isso me deixa com raiva?”
O autocontrole nos ajuda a lidar com esses sentimentos, a controlar as emoções e a agir de acordo com o que queremos.
A autocrítica é a capacidade de avaliar nossas ações e atitudes de forma crítica, de reconhecer os nossos erros e aprender com eles.
A auto aceitação é aceitar quem somos, nossos defeitos e qualidades. É reconhecer que todos temos falhas e que isso é normal.
Praticar essas quatro atitudes nos ajuda a conhecermos melhor e a ganharmos mais autoconfiança.
No entanto, é importante lembrar que o autoconhecimento é um processo longo e que precisa ser constantemente exercitado. Ele nos ajuda a ter uma visão mais clara de nós mesmos, a tomar decisões mais acertadas e a ter uma vida mais feliz e equilibrada.
10 dicas para praticar o autoconhecimento
Autoconhecimento é a capacidade de identificar e compreender conscientemente os próprios sentimentos, pensamentos, motivações e desejos. É um processo contínuo de descoberta e melhoria da autoimagem, que nos ajuda a tomar decisões mais inteligentes e a ter uma vida mais satisfatória.
Exercícios para desenvolver o autoconhecimento:
Faça uma lista dos seus pontos fortes e fracos.
Comece por listar os seus pontos fortes. Que habilidades você possui? Que características são positivas? Que qualidades são reconhecidas por outras pessoas? Depois, identifique os seus pontos fracos. Que coisas você não gosta de fazer? Que habilidades você desenvolveu com menos habilidade? Que qualidades você não gosta de reconhecer em si mesmo?
Avalie a sua autoimagem.
Como você se vê? O que você acha que é bom a seu respeito? O que você acha que precisa melhorar? Procure ter uma visão realista da sua autoimagem. Lembre-se de que todas as pessoas têm pontos fortes e fracos, e é importante aceitar-se como somos.
Tome consciência dos seus sentimentos.
Quando você se sente bem? Quando você se sente mal? O que está por trás desses sentimentos? Que emoções você sente com mais frequência? Procure identificar as emoções básicas: felicidade, tristeza, raiva, medo, surpresa e desprezo.
Preste atenção aos seus pensamentos.
O que você está pensando? Que tipo de pensamentos são comuns para você? Que estratégias você usa para lidar com os pensamentos negativos? Procure identificar os padrões de pensamento que influenciam a sua vida negativamente.
Tome decisões de forma inteligente.
Que decisões você costuma tomar? Que tipo de informação você leva em conta na hora de tomar uma decisão? Que tipo de decisões costuma dar errado? Procure entender por que você toma certas decisões e aprenda a tomar decisões inteligentes.
Busque a satisfação na vida.
O que lhe dá prazer? O que você gosta de fazer? Que atividades deixam você feliz? Procure encontrar alguma coisa em cada dia que possa lhe trazer satisfação.
Saiba lidar com as mudanças.
Mudanças são inevitáveis na vida. Como você reage às mudanças? Que estratégias você usa para lidar com elas? Procure ser flexível e saber lidar com as mudanças de forma positiva.
Desenvolva a aceitação.
Você sempre terá opiniões diferentes sobre as coisas. Como você reage quando as opiniões dos outros são contrárias às suas? Que tipo de pensamentos você tem sobre as pessoas que discordam de você? Procure ter uma atitude de aceitação e respeito pelas opiniões dos outros.
Tenha autoconsciência.
É importante estar atento às suas emoções, pensamentos e comportamentos. Como você se sente em diferentes momentos? Que estratégias você usa para lidar com as emoções negativas? Que pensamentos negativos você tem sobre si mesmo? Procure ter consciência dos seus sentimentos, pensamentos e comportamentos.
Saiba escutar.
Escutar é uma habilidade importante. Como você se sente quando é escutado? Que sentimentos você tem quando está escutando os outros? Que tipo de informação você recebe quando escuta atentamente? Procure escutar os outros de forma atenta e receptiva.
Autoestima: o que fazer para ser feliz?
A autoestima é um conceito importante na Psicanálise e na Psicologia. Freud, pai da Psicanálise, explica a autoestima como sendo a representação da satisfação que uma pessoa tem de si mesma.
A autoestima está diretamente ligada à felicidade. Quem tem uma autoestima elevada é mais feliz do que quem não tem. É importante julgarmos que a autoestima seja algo construído ao longo da vida, de acordo com as nossas realizações e desejos que desenvolvemos.
Para ter uma autoestima elevada é preciso, primeiro, confiar nas próprias capacidades. Para isso, é importante ter respeito consigo mesmo e acreditar no potencial de discernir pelo melhor caminho de acordo com as próprias habilidades, sonho e desejos.
Ser compassivo consigo mesmo é a chave para perdoar nossos erros cometidos e comprometer-se com o aprendizado que eles nos deixaram.
Amar a si mesmo é extremamente importante, pois é através desse sentimento que é possível ter uma vida feliz. Quem ama a si mesmo tem consciência de seus pontos fortes e fracos, e trabalha para melhorar os pontos fracos e aumentar os pontos fortes.
É importante lembrar que a autoestima é dinâmica, ou seja, ela muda conforme as situações da vida. Quando uma pessoa experimenta um fracasso, a autoestima pode diminuir. Mas isso não significa que a pessoa seja fracassada.
O fracasso é uma experiência que todos nós temos. O importante saber como lidamos com eles ao longo da nossa vida para aprender com erros e acertos.
A autoestima é um sentimento importante para a felicidade, e amar a si mesmo é a chave para ter uma autoestima elevada. Respeite-se, acredite no seu potencial, seja compassivo consigo mesmo, perdoe-se pelos erros cometidos e aceite-se incondicionalmente, e você estará no caminho para uma vida feliz.
Conclusão
A conclusão do artigo sugere que o autoconhecimento é um processo contínuo de descoberta e melhoria da autoimagem, que nos ajuda a tomar decisões mais inteligentes e a ter uma vida mais satisfatória. Os exercícios apresentados podem ajudar na busca por esse conhecimento, despertando a atenção para os sentimentos, pensamentos, motivações e desejos.
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Se quiser estudar mais sobre subjetividade, recomendamos os seguintes livros como referência:
O que é a subjetividade? – Jean-Paul Sartre
Subjetividade e verdade – Michel Foucault
Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação – Valeska Zanello
Até mais 🙂
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